Um dos trabalhos mais importantes realizados pela Secretaria Municipal de Saúde é a diminuição dos indicadores de mortalidade infantil e materna, que haviam voltado a crescer no ano de 2015. Atualmente, para cada mil nascidos vivos o índice de mortalidade é de 9,7, índice muito inferior aos 15,47, registrados em 2015.
A melhora no índice remete a uma série de fatores que incluem a utilização de serviços de saúde pública como a Atenção Básica, exames de alta e média complexidade, acompanhamento ambulatorial, dentre outros utilizados por gestantes. “São elas que frequentam o maior número desses serviços e é através desse registro que podemos ter uma base do funcionamento”, comentou a responsável técnica pela vigilância do óbito materno-infantil, Érica Ferreira da Silva.
O cálculo para conhecer o índice vem do número de óbitos de recém nascidos menores de 1 ano, dividido pelo número de nascimentos no município, totalizando uma taxa por mil nascidos vivos. Os cálculos são feitos pela Vigilância em Saúde, para onde os números totais de nascimentos e mortes nos sistemas público e privado são encaminhados. O órgão também é responsável por manter uma câmara técnica que auxilia na investigação desses óbitos.
“Com esse trabalho, é possível ter um feedback mais imediato, pois sabe-se com a investigação se algo dentro dos sistema não funcionou. Logo, a gestão começa a dar resposta imediata”, explica Érica.
Avanço
Os avanços representam não somente maior interatividade entre os serviços, mas um maior ganho qualitativo nas equipes. “O trabalho da câmara técnica é esmiuçar todo o processo de cada óbito e isso inclui a convocação de profissionais que fizeram atendimento a gestantes”, detalhou a diretora de Atenção Básica, Regina Gonçalves Dias.
O matriciamento de pré-natal- parceria formada entre Atenção Básica e Unila - iniciada em 2016, vem sendo aperfeiçoado, melhorando o atendimento às gestantes disponibilizado pelo município. No programa, uma equipe de especialistas seguem até as unidades espalhadas pela cidade, uma vez ao mês, para discutir junto à equipe local, os principais casos e demandas de pré-natal na localidade.
As equipes de matriciamento são formadas por médico ginecologista/obstetra (G.O), médico residente em G.O, dois residentes multiprofissionais (psicóloga,fisioterapeuta, nutricionista, sanitarista, enfermeiro e dentista). “As equipes interagem e aprendem de maneira colaborativa, com visitas periódicas mensais para sanar dúvidas e discutir casos. É um aprimoramento de material humano, aprimoramento técnico e pedagógico constantes”.
Exames
A qualificação de profissionais da atenção básica surge como uma das principais premissas nesse salto, mas a aquisição de equipamentos e insumos para melhores serviços também são desafios a serem cumpridos pelo município. Num comparativo, em 2015/2016, quando não haviam aparelhos como sonares fetais e exames laboratoriais disponibilizados, as mortes maternas, por 100 mil nascidos vivos, chegavam a 115, e a infantil a 15,47 para mil nascidos vivos. Em seis meses, depois da instalação do matriciamento do pré-natal, esse número caiu para 72, chegando a 27 no ano seguinte, em relação à mortalidade materna.
Com foco na família, a Atenção Básica ainda oferece o pré-natal do parceiro, para que participe ativamente do acompanhamento da gestante. “Ainda necessitamos recursos humanos, ajustes em alguns exames como ultrassonografia. Estamos implantando o ambulatório de alto risco para acompanhar gestantes, comprando mais sonares, e outros equipamentos e insumos, e ainda a programação de Estratégia Saúde da Família para proporcionar vínculo das gestantes e parceiros, com a equipe médica e enfermagem e consequentemente proporcionar maior adesão de gestantes ao serviço”, comentou a diretora.
Mortalidade materna
Ano Óbitos Maternos
2010 46,62
2015 - 115
2016 71,41
2017 22,69
2018 45,22
Mortalidade infantil
Ano Óbitos infantis/1.000 nascidos vivos
2010 12,12
2015 - 15,47
2016 11,9
2017 12,25
2018 9,72