Facebook

Foz terá maior plano ambiental da história

O morador pode nem perceber, mas quando passa pela Avenida República no sentido centro, entre as ruas Patrulheiro Venanti Otembra e Marechal Deodoro, a temperatura, principalmente à noite, cai pelo menos menos de um a dois graus. O mesmo acontece na Avenida Duque de Caxias, além do perfume de Jasmim. A queda da temperatura e o cheiro forte da flor se devem à área protegida do 34º Batalhão da Infantaria Motorizado, nascente do Arroio Monjolo. O arroio serpenteia o centro da cidade, sua maior parte canalizado, e deságua no Rio Paraná.

A oscilação em plenas altas temperaturas de verão mostra a tamanha importância para Foz do Iguaçu - do Parque Nacional do Iguaçu e das Cataratas - ser uma cidade ambientalmente correta e boa para morar para os próprios iguaçuenses. Para isso, a equipe do prefeito Chico Brasileiro já se debruça nos projetos do maior plano ambiental da história.

O plano de Brasileiro prevê parque lineares, recuperação de bacias, rios e cursos de água, parques ambientais (próprios para enchentes) e até a relocação das famílias que moram nas chamadas áreas de riscos, geralmente ocupações de áreas verdes, reservas técnicas e às margens de rios como o Boicy. "As famílias vão ficar, sempre, nas áreas mais próximas em que moram", já avisou Chico Brasileiro, ao entregar mais 25 casas do plano municipal de habitação na semana passada.

Parques

Os recursos virão das parcerias dos governos estadual e federal e da Itaipu Binacional. Dos R$ 60 milhões que serão financiados pela Caixa Econômica Federal, parte será usado na implantação do Parque do Monjolo, após a rua Décio Luiz Cardoso (3ª pista da Avenida JK).

A área de pouco menos de um quilômetro, circundado ainda pelas ruas Quintino Bocaiúva e Tiradentes, fora projetada como parque no final da década de 1970, foi declarada como área de utilidade pública e já teve alguns imóveis desapropriados. O projeto pode prever uma lagoa de filtro, equipamentos de lazer e pista de caminhada.

Outra grande intervenção é o Beira-Foz, uma espécie de parque linear às margens do Rio Paraná, entre a Ponte da Amizade até o Rio Iguaçu. O projeto executivo de R$ 4,6 milhões já foi contratado pela Itaipu e será entregue ainda este ano. A proposta prevê a revitalização da avenida Beira Rio, a construção de mirantes, de deques nos remansos e de equipamentos de lazer e esporte.

A cidade, segundo o prefeito, não pode mais dar as costas aos rios Paraná e Iguaçu. "Além de se tornar mais um atrativo turístico, a área vai se tornar mais um espaço de lazer da população, assim como já está acontecendo em vários locais nos bairros".

Recuperação

O parque linear do Boicy, o primeiro projeto é dos anos 2.000, prevê uma implantação por etapas, nas áreas em que rio, que nasce na divisa de Santa Terezinha de Itaipu, tenha a mata mais adensada. A proposta de recuperação das áreas ao entorno do rio se prevê uma ação conjunta entre a prefeitura, Itaipu, Uniamérica, Unila, PTI, FozHabita, Sanepar, entre outros órgãos estaduais e federais.

O parque de 9 quilômetros terá ciclovias, restaurantes, calçadas, praças, passarelas, duplicações de ruas, pista de skate, quadras esportivas, ciclovia, revitalização das margens, museu, monumentos, mirantes, áreas culturais, além de moradias para 150 família e outros espaços de lazer que vão desde a nascente na divisa de Santa Terezinha de Itaipu até à foz no Rio Paraná.

O plano prevê ainda a recuperação da bacia do rio Almada (na região norte), Arroio Verde (rio Bostinha) no Porto Meira, de outros cursos d'água e de áreas verdes e alagadiços, a implantação do parque linear do rio Iguaçu e de um grande parque (chamado de central park) entre a Vila A e a BR-277. "Vamos recuperar e revitalizar todas áreas possíveis e tornar a nossa cidade não só boa para o turista, mas ambientalmente correta, e boa para os iguaçuenses", disse Chico Brasileiro.