Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e protetores independentes de animais de Foz do Iguaçu recebem, entre 11 e 21 deste mês, o Programa Permanente de Esterilização de Cães e Gatos, desenvolvido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo. Além do controle populacional, a esterilização visa, também, a prevenção de zoonoses.
O programa foi viabilizado com recursos de emendas parlamentares e é executado em parceria com as prefeituras. Em Foz do Iguaçu, 553 animais serão esterilizados. O município tem, atualmente, 927 cães e 904 gatos em duas OSCs e em outros 67 locais cadastrados. Parte desses animais foi esterilizado em 2020, em ação realizada pela Prefeitura e Câmara Municipal, quando cerca de dois mil pets foram castrados, incluindo os animais sob a tutela de famílias de baixa renda.
Conforme critério da Prefeitura, as vagas disponíveis para o município atenderão apenas as instituições cadastradas, considerando o aumento da população acolhida no último ano. Desde março de 2020, o registro é crescente na lotação dos abrigos devido à recorrência de abandono.
A castração será realizada no Centro Escola Bairro Darci Pedro Zanatta, a partir das 8h da manhã.
ATENÇÃO REDOBRADA - Com a pandemia, o Governo do Estado do Paraná redobrou a atenção para o tema. Campanhas de sensibilização foram desenvolvidas para evitar que o cidadão, por medo de doenças ou outros fatores, deixem seus pets à própria sorte.
Além do sofrimento causado pela fome, sede, calor excessivo e chuva, os animais em situação de rua são mais suscetíveis às doenças e oferecem risco maior à saúde das pessoas. Sem controle, eles procriam e aumentam os problemas enfrentados pela sociedade.
O secretário de Estado, Márcio Nunes, reforça a importância do programa, principalmente, no período de pandemia, e na contextualização da Saúde Única. “É uma forma de cuidar dos nossos animaizinhos, evitando o consequente abandono, e da saúde da população. É um problema da sociedade que está recebendo essa atenção especial do governo. A Sedest tem uma equipe capacitada para dar o suporte necessário ao paranaense, para conter as ocorrências de animais nas ruas. O Estado busca mecanismos para cuidar da saúde do animal, do homem, promovendo a interação sustentável com o meio ambiente”, disse.
PROGRAMA – A iniciativa é inédita no País. O Programa está inserido no contexto da Saúde Única, que relaciona a saúde ambiental, animal e humana. Engloba a conscientização da população sobre a importância da castração, a prevenção de abandono (casos de ninhadas indesejadas) e a saúde das pessoas. Consiste, também, na veiculação de informações referentes à importância da vacinação, vermifugação, visitas periódicas ao veterinário, bem como guarda responsável.
As prefeituras contempladas pelas emendas definem os critérios de atendimento (CAD Único, protetores, OSC, animais de rua, etc.), de acordo com a realidade do município, e agendam os procedimentos. No momento da inscrição, os tutores recebem as orientações de pré e pós-operatório e, após a intervenção cirúrgica, a medicação para ser ministrada em casa e toda a orientação relativa aos cuidados com as incisões.
RECURSOS - O investimento no primeiro ciclo do programa é de quase R$ 2,5 milhões, oriundos de emendas parlamentares. Por meio de pregões eletrônicos realizados em 2019, foram contratadas duas clínicas veterinárias e disponibilizadas Unidades Móveis de Esterilização e Educação em Saúde (UMEES).
O recurso é destinado para atender, ao todo, 15 mil animais em 45 municípios. Em 2020, foram 11 mil procedimentos em 34 localidades. De janeiro a março deste ano outras 11 cidades vão receber os serviços para fazer o procedimento em aproximadamente 4 mil cães e gatos.
No segundo ciclo do programa, 69 municípios serão atendidos, com investimento de R$ 2,24 milhões. A meta é que, até 2022, cerca de 60% dos municípios do Paraná tenham recebido as Unidades Móveis para castração dos animais.
NÃO ABANDONE – “O programa chega num momento relevante”, afirma Pablo Mendes, responsável pela operacionalização das castrações em Foz do Iguaçu. “Temos uma demanda reprimida grande e o programa ajudará a solucionar parte do problema”.
Segundo Mendes, apesar das campanhas de conscientização, muitos abandonam seus cães e gatos e o município conta com o apoio dos protetores para socorrer esses animais que ficam em situação de vulnerabilidade e colocam em risco a saúde da população.
Com a pandemia, muitas famílias abandonaram seus animais nas ruas por temerem que transmitissem o coronavírus. Para sensibilizar as pessoas sobre o desconforto e riscos causado pelo abandono, a Secretaria, em parceria com várias instituições, lançou uma campanha nas redes sociais para que as pessoas não abandonem os pets.
“Os animais não transmitem a doença”, reforça a coordenadora de Recursos Naturais da Sedest, Fernanda Gos Braga. ”Nesse período de isolamento social, eles são grandes aliados. Temos que ter as mesmas preocupações de higiene que temos com o nosso corpo. Pois, mesmo não transmitindo a doença, eles podem levar o vírus para casa nas patinhas. Basta cuidar da limpeza das patas ao retornar para casa após o passeio”, explica.
MUNICÍPIOS CONTEMPLADOS– Além de Foz do Iguaçu, o Programa contempla no primeiro ciclo as cidades de Campo Mourão (553 animais), Corumbataí do Sul (316), Luiziana (379), Araruna (190), Engenheiro Beltrão (379), Alto Paraná (184), Paranavaí (553), Cambira (151), Jandaia do Sul (166), Apucarana (277), Sarandi (277), Maringá (277), Mamborê (379), Quarto Centenário (505), Janiópolis (316), Peabiru (553), Terra Boa (631), Flórida (139), Borrazópolis (360), Bituruna (56), Capanema (166), Colombo (360), Imbituva (111), Itaperuçu (553), Matelândia (139), Pinhais (553), Piraquara (277), Santo Antônio do Sudoeste (139), São José dos Pinhais (553), São Miguel do Iguaçu (719), Alto Paraíso (231), Alto Piquiri (385), Altônia (308), Cruzeiro do Oeste (231), Esperança Nova (154), Guaíra (462), Icaraíma (308), Iporã (308), Maria Helena (231), Mariluz (385), Perobal (231), Pérola (385), Santa Isabel do Ivaí (231) e Tapejara (462).