A Prefeitura de Foz do Iguaçu deu início às tratativas para a consolidação do município como um destino turístico Halal, voltado para atender a população árabe e islâmica. Nesta quinta-feira, 28, o prefeito Chico Brasileiro recebeu o diretor-executivo da Certificadora Halal, Ali Ahmad Saifi, e o vice-presidente das Relações Internacionais da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), Mohamad Orra Mourad.
O encontro com o prefeito, organizado pela Diretoria de Assuntos Internacionais, serviu para apresentar informações sobre a cidade e conversar sobre os protocolos adequados ao público muçulmano que os atrativos, rede hoteleira, gastronômica e de serviços poderão seguir.
Chico Brasileiro destacou o otimismo em relação a esta nova etapa do turismo na cidade, que teve uma rápida evolução desde a assinatura do protocolo de intenções, realizado na Expo Dubai há poucas semanas.
“Já fomos muito elogiados por termos tido avanços tão significativos sobre os temas tratados na feira. A transformação em destino Halal servirá para quebrar barreiras e tornar a estadia mais confortável para esse público, que já pertence à nossa cidade”, diz Brasileiro.
Para o representante da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, a futura certificação irá apenas formalizar a relação amigável e a receptividade que Foz do Iguaçu já possui com o povo árabe - atualmente são mais de 20 mil pessoas em Foz do Iguaçu.
“Me pergunto como isso ainda não havia acontecido antes. A cultura árabe já está enraizada em Foz do Iguaçu, nos sentimos em casa. Isso agora será ampliado também aos visitantes e a cidade terá muito a ganhar futuramente”, afirma Mohamad Murad.
Certificação
A equipe também se reuniu com o secretário de Turismo e Projetos Estratégicos, Paulo Angeli, e com técnicos da pasta para definir as próximas ações ainda em 2021.
Além do grupo de trabalho com membros da Prefeitura e entidades parceiras, haverá também uma apresentação das propostas durante o Festival das Cataratas, entre os dias 1º a 3 de dezembro.
“Ouvimos diversas propostas que abrem a nossa mente a pensar de uma forma diferente. Isso abre um leque imenso para a criação de empregos, nos posiciona com êxito na retomada do turismo e incentiva o trabalho. Isso não pode ficar só no papel, queremos ver a prática”, ressalta Angeli.
Com as definições será possível iniciar um segundo passo, que é a certificação dos locais como um destino Halal, conforme afirma Ali Ahmad Saif, diretor-executivo da CDIAL HALAL, certificadora da América Latina vinculada aos principais órgãos oficiais dos Emirados Árabes (EIAC) e do Golfo (GAC).
“Abraçamos essa ideia porque vimos em Foz o verdadeiro potencial para um destino Halal. Toda marcha se inicia com um pequeno passo, por isso estamos traçando planos para colhermos frutos em curto prazo, mas sempre pensando no grande resultado futuro”, frisa Ali Ahmad Saif.
“O passo agora é inserir Foz do Iguaçu no repertório turístico e de eventos internacionais, voltado ao público árabe, o apelo turístico sustentável da cidade irá beneficiar o Brasil inteiro, pois esses turistas não ficarão somente aqui”, acredita o diretor de Assuntos Internacionais, Jihad Abu Ali.
Aproximação com o turismo local
A agenda dos representantes árabes terá ainda uma reunião com os membros do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), para apresentar o que já está definido e as entidades do turismo serão envolvidas no planejamento do projeto.
O secretário Paulo Angeli conta que será necessário realizar um treinamento de equipes para abordagem e atendimento adequados ao público muçulmano. O treinamento é voltado aos setores turísticos e de serviços, como hotéis, restaurantes, quiosques e similares.
Essas ações, segundo Ahmad, tornarão Foz um local “Muslim Friendly”, ou seja, receptivo ao público mulçumano em questões que envolvem a alimentação halal, questões culturais, entre outros aspectos.
“Mesmo antes da certificação Halal, isso já atesta ao público muçulmano a qualidade da produção, da confiabilidade, da rastreabilidade e do cumprimento dos requisitos de segurança no processo de produção de um produto ou na prestação de um serviço”, detalha Ali Ahmad Saif.
“O turista viaja, mas não quer estar em um país islâmico, é claro. Ele quer aproveitar o que a cidade pode oferecer, mas sem prejudicar aquilo no que acreditar e vive”, complementa Mohamad Mourad.