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ACABOU O PRAZO DE VALIDADE DE NESLON TEICH

O ministro da Saúde, Nelson Teich, deixou hoje o governo do presidente Jair Bolsonaro. A saída do ministro acontece menos de um mês após ele substituir Luiz Henrique Mandetta na pasta, e sua saída já vinha sendo cogitada havia alguns dias. Uma coletiva de imprensa está marcada para esta tarde para esclarecer a exoneração. Inicialmente, uma nota divulgada pela assessoria de imprensa do ministério informava que Teich pediu demissão. Pouco depois, porém, uma fonte da pasta disse que o agora ex-ministro foi demitido em uma reunião de última hora com Bolsonaro para a qual foi convocado nesta manhã. Nenhum dos dois ainda se manifestou publicamente sobre a decisão.

Como Mandetta, Teich defendeu publicamente posições contrárias à do presidente. Além de afirmar que o distanciamento social deveria ser uma medida de combate à pandemia do novo coronavírus, enquanto Bolsonaro defende que apenas pessoas do grupo de risco fiquem em isolamento, Teich postou nesta semana em uma rede social que o uso da cloroquina no tratamento contra a covid-19 deve ser feito com restrições, já que a substância pode desencadear efeitos colaterais. O presidente, por sua vez, é um dos principais defensores da medicação.

No momento em que a demissão de Teich foi anunciada, Bolsonaro estava participando do lançamento de uma campanha de conscientização contra a violência doméstica feita pelo Ministério da Mulher e da Família. Ele estava acompanhado de sua mulher, Michelle Bolsonaro, e dos ministros Onyx Lorenzoni e Damares Alves e não falou no evento. Um dos nomes cotados para assumir o comando do ministério da Saúde é justamente o atual número 2 da pasta, o general de divisão Eduardo Pazuello.

Outra possível substituta, a médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina e que havia sido cotada para assumir o ministério com a demissão de Mandetta, esteve no Palácio do Planalto hoje.

2ª queda de ministro durante a pandemia

Nelson Teich já é o segundo ministro da Saúde que cai em plena pandemia do novo coronavírus. Luiz Henrique Mandetta, que estava no cargo desde o início do governo Bolsonaro, deixou o ministério da Saúde no dia 16 de abril, colocando fim a uma gestão marcada pelo embate com o presidente sobre o combate covid-19.

A defesa do ex-ministro para que o país seguisse as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para brecar a proliferação da doença no país gerou atrito com Bolsonaro, que é a favor da tese de que a economia não pode parar e que apenas uma parcela da população deveria ficar em isolamento.