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Protesto anti-reeleição termina em morte no Paraguai

Revoltados com aprovação a portas fechadas de emenda que permite a reeleição, manifestantes incendiaram edifício do Congresso. Na fronteira, Ponte da Amizade ficou fechada por 5 horas

Denise Paro

Foto: Mariana Ladaga/ABC Color

Um jovem de 25 anos foi morto na sede do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA) na noite de ontem, em Assunção, durante protesto contra a emenda constitucional aprovada por senadores que permite a reeleição no país. Henrique Quintana era líder da Juventude Liberal. Ele foi vítima de um disparo na cabeça feito que teria sido feito por policiais , segundo o jornal paraguaio ABC Color.

Cerca de 211 pessoas foram detidas em Assunção desde o início do protesto, na noite de ontem. Revoltados com a aprovação da emenda, os manifestantes atearam fogo no edifício do Congresso Nacional e destruíram computadores e móveis de alguns gabinetes. A polícia revidou com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.

A emenda foi aprovada fora do plenário, no gabinete do Partido Frente Guasu, do ex-presidente Fernando Lugo, por um grupo de 25 senadores, sem a presença de outros 20 parlamentares e do presidente do senado, Roberto Acevedo do PLRA. Acevedo e parlamentares de oposição ocuparam o plenário na tentativa de impedir a votação. O projeto agora será submetido à Câmara dos Deputados cuja maioria é governista.

Os efeitos do protesto se espalharam pela fronteira. A Ponte da Amizade, ligação entre Brasil e Paraguai, ficou fechada por cerca de 5 horas nos dois sentidos entre a noite de ontem e a madrugada de hoje. O trânsito foi liberado após ação conjunta da Polícia Nacional do Paraguai e a Polícia Federal brasileira. Pelo menos 10 pessoas foram presas e outras 12 ficaram feridas.

Em comunicado oficial, o presidente Horacio Cartes condenou a violência e responsabilizou a oposição e a imprensa pelos atos.